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Letters of Someone

Letters of Someone

Um anjo.

Com o passar dos anos pedias-me sempre para escolher um momento perfeito da nossa relação e a minha resposta foi sempre a mesma, não existe e lembro-me perfeitamente que tu ficavas tão chateada que era adorável e me fazia rir. A verdade é que a nossa relação tem tantos momentos perfeitos que é impossível escolher.

Queres que comece por onde? Se calhar pelo primeiro dia em que nos conhecemos…

Foi um pouco cliché e tu odeias que eu diga isso, mas é verdade, foi realmente cliché. Foi num dia de chuva, estava a chover imenso e como sempre esqueceste-te do chapéu de chuva, mas tu adoravas a chuva e por isso nunca te importavas, acho que fazias de propósito.

Mas como estava a dizer, tu tinhas-te esquecido do chapéu e andavas a correr pela rua onde agora moramos, e nem sequer me tinhas visto, e eu nem te tinha visto porque estava demasiado focado a falar com o meu irmão. E o resultado foi exatamente o esperado, esbarramos e tive que te agarrar para que não caísses.

Assim que olhei para os teus olhos soube logo que a partir daquele momento que eu era teu, e tu ao longo do tempo mostraste-me que eras minha, que não importa o tempo que passe estaremos sempre unidos, não importa o que aconteça, não importa para onde vamos estaremos sempre ligados por aquele amor que apareceu no preciso momentos em que embatemos.

Costumava dizer que não acreditava em amor á primeira vista, mas contigo foi isso que aconteceu, até me aperceber cometi os meus erros mas tu perdoaste-me sempre e até nisso tu eras perfeita.

Outro momento que me lembro foi quando fomos a casa dos teus pais, passar uma semana de férias, longe de tudo e de todos, porque tanto tu como eu estávamos com imenso trabalho e ao mesmo tempo exausto. E lembro-me que estava na sala quando tu começaste a discutir comigo porque deixei a torradeira no sitio errado e ela deveria de estar ao pé do micro-ondas e não ao pé da chaleira, tudo o que eu fiz foi rir-me porque me apercebi que já estávamos tão habituados aquele stress das nossas vidas que com o passar da semana tu sentiste falta disso, e à mínima coisa discutias porque era isso que te fazia falta. No dia a seguir voltamos para a nossa casa e tu riste-te desse momento e eu ri-me juntamente contigo, e acabamos por ficar ali sentados no sofá (como tantas outras vezes) a rir-nos da tua agressividade por causa de uma torradeira.

Quando nos casamos, mesmo antes de subires ao altar, perguntaram-me se eu queria realmente fazer aquilo, porque no final de contas era eu, e eu antes de te conhecer nem pensaria sequer em pedir alguém para partilhar uma vida comigo quanto mais casar-me, ao que eu me ri e respondi “Eu estou pronto para o que estiver para vir, tenho um anjo ao meu lado, que por vezes é um diabo quando se zanga, mas é um diabinho sexy, que eu amo, e não mudava nada nela. É por causa dela que sou como sou e tenho sorte de a ter ao meu lado, de ela me aceitar como sou.” Não era a mim que essa pessoa devia de perguntar uma coisa dessas, mas sim a ti, porque tu é que te estavas a cometer uma loucura. Merecias muito mais, muito melhor e mesmo assim preferiste ficar com alguém como eu, amar alguém como eu e senti-me um sortudo desde o primeiro dia em que te segurei e larguei o meu telemóvel.

Outro momento que eu amo e esse nunca irei esquecer foi há uns dias atrás quando tu te estavas a vestir para uma gala de caridade. Lembro-me perfeitamente que tu estavas indecisa entre um vestido preto comprido e um vestido vermelho, também ele comprido, e cometeste o erro de me perguntar a mim, e eu mais parvo fui por te responder que para mim eram os dois iguais. O resultado foi eu sentar-me na cama, já vestido à meia hora, e ouvir-te a falar enquanto andavas pelo quarto a apontar as diferenças dos dois. No final do dia eu tive que admitir que eram bem diferentes, ainda que só a cor os diferenciasse.

Mas querida até podias ir de calças ou de pijama, que continuarias linda, perfeita, e sem qualquer traço de maldade.

Quando soubemos que estavas doente foi o dia em que o meu mundo parou, foi o dia em que eu me apercebi que ia perder o amor da minha vida, e tudo tão de repente. Ainda nem tínhamos tido a oportunidade de falar de filhos, porque queríamos esperar mais um ano, ainda não tínhamos decidido de que cor é que iria ficar a parede do nosso quarto, porque muda-lo essa era a tua decisão, eu apenas acenava e tentava perceber aquilo que querias.

Por isso hoje estamos todos aqui reunidos para honrar a vida e morte da mulher mais bela, e mais perfeita que o mundo alguma vez pôde ter. Agradeço a todos por estarem aqui, dou força à vocês Torey e Cory para aguentarem esta perda, mas não fiquem tristes porque o anjo foi para o seu verdadeiro lugar, ainda que nunca tenha sido religioso acredito que ela está num mundo melhor, porque uma mulher como ela, tão alegre, tão cheia de vida, não iria acabar assim, fechando os olhos e dando o seu ultimo suspiro.

Eu estive lá até ao seu ultimo momento e esta mulher lutou até ao fim, e não queria que estivéssemos tristes porque ela nunca estava, ela nunca se deixava levar pela tristeza, muito provavelmente discutia e mostrava os diferentes pontos a esse sentimento e a tristeza fugia simplesmente, nem mesmo para o fim ela era assim.

Por isso Tracy, onde quer que estejas espero que saibas que te foste embora demasiado cedo, demasiado jovem e que me deixas aqui sem saber o que fazer, sem qualquer rumo e sem saber como arranjar a parede do quarto, que muito provavelmente vai ficar assim até que te decidas qual a cor. Amo-te muito querida e onde quer que estejas quero que saibas que vou ser incapaz de amar alguém como te amo a ti porque tu eras a minha alma gémea, tu era aquela pessoa que eu sentia uma imensidão de sentimentos e nenhum deles alguma vez foi mau.

Vou sentir tanto a tua falta…

Adeus Darling!

Acredito que um dia...

Eu disse que ia tentar não deixar o blog em teias. 

Mas foi preciso um teste prático na terça para ter algo para postar aqui, ou seja eu só escrevo nas melhores (or not) piores altura. Bem espero que gostem e vou voltar ao meu estudo se não tenho que ficar mais um ano, e isso é mau! 

Divirtam-se e já sabem, oiçam com a música, porque o sentimento está lá todo, mas claro eu sou um pouco geek e a música que estava ouvir era uma versão nightcore, experimentem, se quiserem ^^ 

Agora, Força!

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Como é possível não me veres?

Todos os dias aqui estou eu, ao teu lado, a segurar-te, a fazer-te levantar-te da cama, a pedir-te para não acabares com a tua vida e tudo o que tu vês é ela. Alguém que nunca quis saber de ti, alguém que simplesmente te usava e tu deixaste. Eu aqui ao teu lado a dizer-te todos os dias que te amo, ainda que por gestos, e tu nada. Tu não te queres levantar, todos os dias te despedaças mais um pouco só por te lembrares dela e cada vez que te lembras de mim vês-me como uma amiga, alguém fixe e que está lá para ti. MAS PORQUÊ? Já te perguntaste?

Nunca irei ser ela, eu sei mas apenas quero que me vejas por ser eu, pela pessoa que sou e por tudo aquilo que seria capaz de fazer por ti. Achas que já não tentei esquecer-te? Achas que apenas faço isso por ser masoquista? Eu apenas… queria-te tanto aqui, ao meu lado a dizer-me tudo o que sentes por mim, que é tudo mentira, que tudo aquilo que sentes por ela é o que sentes por mim, que cada lágrima, cada dia que não te levantas é porque eu não estou lá para fazer o teu dia melhor.

Queria tanto…

Mas tu nem sequer me vês. Tu precisas dela não de mim, tu quere-la a ela e não a mim, tu nunca te importaste comigo, e tudo o que eu faço é em vão porque tu simplesmente não acordas.

I hate you, I love, I hate that I love you”

O pior? É ainda quere-te aqui, a beijares-me. Mata-me a ideia de sentires a minha falta e de desistires da tua vida e por isso eu vou ter contigo todos os dias, e tudo o que vês é alguém que está lá para te arrancar do teu sofrimento, ainda que contra a tua vontade. Por favor vamos voltar atrás, ao dia em que nos conhecemos, para nunca nos conhecermos, para nunca deixar que isto aconteça, queria tanto, desejava tanto que me mata só de pensar naquele dia, e em todos os outros que foram mágicos. Todas as loucuras que cometemos, tudo aquilo que prometemos um ao outro. Onde é que estão essas promessas agora? Onde é que está essa força, essa alegria?

Bolas sou tua melhor amiga, mas nunca irei deixar de ser isso… Sabes, às vezes lembro-me daquela vez em que gozavam comigo, e diziam que eu gostava de raparigas, porque nunca tinha tido um namorado e tu enfrentaste-os só com um olhar, chegaste perto de mim, acarinhaste-me a bochecha, sorriste naquele pequeno sorriso que sempre me derreteu e encostaste os teus lábios aos meus, ao início devagar mas depois aprofundaste a coisa e eu deixei.

Porra claro que deixei! Agora que penso bem tu eras, ÉS aquele que mexe comigo, o meu sonho de rapaz, a minha fantasia, mas… eu não sou a tua.

Ainda hoje sinto os teus lábios, ainda hoje sinto a tua pele tão macia na minha face, e ainda hoje tento recordar aquele dia como se fosse uma recordação de ouro, uma recordação intocável, mas já não é de ouro… já não é tão boa como era à uns tempos porque tu apaixonaste-te pelo inimigo. Cais-te de cabeça, foste fundo com os teus sentimentos, entregaste o teu coração aquela que tu achavas que te daria o dela, e tudo o que ela fez foi simplesmente fingir que o guardava com cuidado e carinho e quando teve a oportunidade espezinhou-o. O pior é que não foi só o teu, o meu também. Ainda te vejo a observa-la com tanto carinho, as vossas fotos, as tuas lembranças que são apenas tuas e eu não posso fazer nada porque tu nem sequer queres saber. Queres o teu sofrimento, quere-la apenas a ela e eu não posso nem nunca poderei ser ela.

Por favor volta… sê meu e salva aquilo que é teu mas que não queres, aquilo que aos poucos vai desaparecendo, vai-se desintegrando e tu nem dás conta. Só preciso de ti lá.

Esta será a ultima vez que escreverei para ti, depois de tantas cartas escritas mas não enviadas. Esta vai ser diferente, e sabes porque? Porque eu desta vez vou envia-la e cabe-te a ti, depois de saberes o que realmente sinto, depois de ter dito tudo o que sinto e alguma vez senti, cabe-te a ti decidires se me salvas.

Porque se não o fizeres eu saio da tua vida para sempre e tu nunca mais me verás, nunca mais vou sentir a tua falta porque estarei noutro sitio, num outro planeta e quem sabe, até lá poderei estar melhor. Onde tu me resgatas e me consideras tua e só tua. Apenas eu, e mais ninguém….

 

Adeus, ou um até já.

Tu decides…

Always yours April

 

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Tu, apenas tu!

Bem sei que prometi não deixar o blog cair no esquecimento, mas não tenho tido tempo, por causa das aulas, trabalhos e frequências. Por esta semana, deixo-vos isto, mas para a semana, acabam as frequências e é mais fácil. 

Este pequeno texto foi escrito À tanto tempo que tive que o reler só para ter a certeza que era meu e não de alguém que me tinha mandado. É garantidamente meu, mas é algo que escrevi para alguém... marcante, imaginário... alguém platónico que me marcou e deixou cicatrizes. Espero que gostem. 

***

 

Por favor nunca mudes, esse teu lado doce, terno, alegre e simplesmente agradável. És alguém que admiro, que me dá força, que simplesmente me faz continuar, sem nunca olhar para trás. Se não me agarrar às minhas lembranças contigo, acho que não tenho mais nada. À tempos disse que já tinhas sido o meu sonho, mas que estava na hora de te largar, deixar ir, mas agora mais do que nunca não quero que isso aconteça. Sinto a tua falta, a falta da alegria que me proporcionavas, de todos os sorrisos que te dirigi. Agora mais do que nunca sei que ainda não estou preparada para deixar de sentir isso, quero voltar a sentir-me enfeitiçada por ti, pelo teu sorriso, pelos teu olhos, que me faziam perder, que me faziam ficar sem ar.

É essa falta de ar que sinto falta, pois desde que te larguei que me sinto a desabar, que me sinto perdida, que me sinto fraca e cobarde. Por favor, agora te peço… volta! Não me deixes, embeleza a minha escrita, faz-me voltar a sonhar contigo, faz-me voltar a ter prazer de escrever contigo, volta a ser só meu, por muito que seja apenas na minha mente! Eu quero-te, agora mais do que nunca preciso, desejo e imploro.

Quero voltar a sentir-me criança, amada (na minha consciência) mas acima de tudo quero voltas a entrar no meu mundo, naquele mundo onde não me importava com o que pensavam, diziam ou me faziam sofrer, aquele mundo que tu eras o centro e que tu me fazias respirar! Aquele mundo que só tu importavas, aquele mundo em que eu tinha sentimentos, era alegre e eu mesma, era verdadeira e não fria, triste, deprimida e sem rumo.

Say something

 

 

- Tom por favor… eu amo-te – sussurrei já sei força e tudo o que tu fizeste foi bater com a porta e deixar-me ali no quarto, sozinha, sem saber o que fazer, sem saber o que sentir. Senti-me inútil, pequena, pior… impotente. É assim que tem sido nestes últimos meses, discutimos, eu acabo a chorar, tu dizes algo que te arrependes e depois vais-te embora porque é mais forte do que tu, porque já não sabes verbalizar um “desculpa”.

Namoramos à 4 anos, e desde sempre conheci-te como sendo perverso, animado, destemido e sem travões, literalmente, dizias tudo o que te apetecia sem pensares nas consequências. Até à coisa de dois meses…

Estávamos sentados no sofá a ver um filme, um dos muitos passatempos que tínhamos, quando recebes uma chamada de um número não identificado. A partir daí foi como se tudo fosse em câmara lenta, mas ao mesmo tempo passou tudo tão depressa. Era o hospital, a dar-te a notícia de que o teu irmão tinha tido um acidente de carro e que estava em estado grave. Pegaste nas chaves, eu fui buscar-nos casacos e saímos de casa já sem nos importarmos com o filme e com o seu fim. Quando lá chegamos estava um médico à tua espera para te dizer que o teu gémeo se encontrava internado nos cuidados intensivos, em coma e o pior foi quando te disseram que havia possibilidade de não acordar. Eu não sabia o que havia de fazer, se chorar por ele, ou se te suportar, porque se eu estava destroçada pelas notícias tu então tinhas morrido ali. Eu pensava que a tua resposta iria ser gritar com o médico, mas tudo o que tu fizeste foi perguntar se o podias ver, ao que o médico te respondeu que sim. Indicaram-nos o quarto e nós encaminhamo-nos até ao mesmo, mas quando lá chegamos foi mais forte que eu e as lágrimas escorriam-me pelos olhos. Não sabia o que pensar, não sabia o que dizer, não sabia como ser forte por ti. Vê-lo deitado na cama, com a cabeça enrolada em gaze, pálido, cortes nos braços e mãos, ali inanimado, sem aquele seu sorriso tão típico, foi o pior para mim.

Olhei para ti, e tu continuavas apático, sem saber o que dizer, ou fazer. Mas lá deves ter ganho forças e agarraste na mão do teu irmão e apertaste-a com tanta força que por segundos pensei que ia ser ai que ias desabar, mas não, continuaste mudo.

E eu que achei que aquilo era o pior… não! O pior foi quando tiveste que avisar a tua mãe e os teus amigos, foi quando tiveram que decidir se uma maquina continuaria a mante-lo vivo, o pior foi quando vi uma parte da tua mãe, assim como tua, a morrer no dia em que o enterraram, quando tu deixaste de ser tu e passaste a ser apenas mais um corpo no mundo.

Tentei animar-te tantas vezes, tentei lutar tantas vezes por nós, tentei que pelo menos um de nós fizesse o luto pelo teu irmão e tu continuaste sem alma, sem falar, sem rir, sem comer e durante algum tempo suspeitei que sem respirar.

Desejei mesmo poder devolver-te a tua alma gémea, para que tu pudesses voltar a ser aquilo que eras, para puderes voltar a ser o Tom que conhecia. Desejei fazer os impossíveis para que me amasses de novo e visses em mim um porto de abrigo, assim como eu sempre vi em ti, mas tu simplesmente morreste para o mundo, começaste a beber e ignoraste-me a toda a hora.

“- Tom por favor fala comigo, eu preciso de ti, preciso que lutes, por favor. – pedi já a chorar como tantas outras vezes.

- Tu não percebes?! Eu nem sei porque é que aqui estou, sou insignificante. Eu devia ter morrido com o Bill, ou no lugar dele. Nunca voltarei a ser o mesmo, nunca voltarás a ter aquilo que querias! Eu já não sinto nada! – respondeu-me antes de se ir embora e bater com a porta.”

E mais uma vez eu fiquei de rastos naquele quarto que já tão bem conhecia, aquele quarto que já não era nosso, mas apenas meu, porque tu foste para a sala.

Peguei nas minhas coisas e comecei a meta-las na mala de viagem, e por cada peça, uma lágrima cai-a, uma recordação aparecia.

Ainda hoje me culpo por tudo, apesar de saber que a culpa não é minha, mas eu devia ter forças para lutar pelos dois, devia de conseguir gritar pelos dois, devia de conseguir viver pelos dois, mas não dá, não tenho mais forças. Engoli tudo aquilo e decidi que seria a ultima vez que me estaria a lamentar por tudo, porque se tu não quisesses eu não poderia fazer mais nada senão seguir com a minha vida, ainda que sejas o meu primeiro e único amor.

Desci as escadas e como sempre estavas deitado no sofá a olhar para o vazio, com uma garrafa de Vodka nas mãos, pousei a mala à entrada e fui até à sala.

- Tom…- chamei para que olhasses para mim, mas como já adivinhava tu nem isso fizeste – Eu estou farta, cansada. Desculpa, mas eu tentei, eu lutei e simplesmente não aguento mais. – atirei na esperança que ele acordasse e que me impedisse de sair e nunca mais voltar.

- Se é isso que queres… podes ir. – respondeste com uma frieza tão grande que me paralisaste. Bastava uma simples palavra para que eu voltasse atrás e correr para os teus braços, para te perdoar por tudo e para te apoiar e tu fazes isto – Tu nunca irás entender, tu não tens ninguém com que te preocupar.

- Desculpa?! Cansei-me Tom, cansei-me de te tratar com paninhos moles, e de te proteger por tudo! Tu achas que és o único que sofreu ou que ainda está a sofrer? Achas que foste o único a perder alguém de quem gostavas? – perguntei já com as lágrimas nos olhos – Eu perdi o meu melhor amigo e o meu namorado. Eu tive que fazer luto por mim e por ti, tive que tentar apoiar-te, mas não resultou porque tu morreste. Tom ele morreu, eu sei e sofri tanto quanto tu, também era meu amigo e eu sei que não tem comparação mas ele iria querer que tu continuasses a tua vida, que vivesses por ele, que lutasses pela vida que ele tem…tinha! – grito deixando as palavras saírem-me da boca – Mas tudo o que tu fazes e ficar ai deitado, a olhar para o nada à espera de morrer, deixas que a vida passe por ti e tu não lhe fazes nada. Estou farta Tom, eu tentei estar lá, eu tentei falar contigo, bastava dizeres que precisavas de mim e eu fazia tudo e mais um bocado para te apoiar, eu lutava por nós. Bastava dizer… que me amavas e eu voltaria atrás com a minha decisão, eu fazia de tudo para que voltasses a ser feliz, mas tu não me deixas entrar, tu não me falas e quando falamos é para me dizeres que morreste e que já não sentes mais nada por mim. Isto é acima daquilo que eu consigo fazer… desculpa. – peço afastando-me dele e pegando na minha mala. Olho para trás uma última vez, na esperança que ele me impeça mas nada disso acontece. Vou até à porta e olho uma última vez para trás, para guardar cada traço daquela casa, casa essa que em tempos me fez feliz, que em tempos pude chamar minha, que em tempos partilhei com a pessoa que amava.

Saio da casa ciente do que estou a fazer, mas não consigo, não aguento… estou cansada.

Meto-me no carro e conduzo sem destino, preciso de pensar, de me acalmar, de acreditar que o que acabei de fazer foi o mais correto.

Tudo o que vejo é preto, que aconteceu ao meu carro? Estou realmente confusa, e doí-me o corpo. Ao longe vejo uma luz que se começa a aproximar e apercebo-me de que morri. Mas não posso morrer, não pode acabar assim.

- Que fazes aqui? – pergunta-me Bill com o seu sorriso contagiante.

- Tu… eu não posso, eu não posso estar contigo Bill, não agora.

- Isso é o que te estou a dizer, ainda não está na hora de desistires. Eu sei que ele é muito teimoso e muito orgulhoso, mas tu tens que lutar, por mim sim?! – pergunta-me aproximando-se e colocando-me uma mexa de cabelo atrás da minha orelha. E as lágrimas que já me tinham secado voltaram a correr pela minha cara. Não podia acreditar que ele estava ali e eu não podia ficar com ele.

- Eu sei, mas ele precisa de ti, eu preciso de ti. – digo já abraçada a ele e a chorar compulsivamente no seu ombro, ao que ele me afaga as costas e começa a fazer pequenos desenhos nas mesmas.

- Não, não precisas. Vocês são fortes e eu estarei sempre nos vossos corações. Estava na minha hora, mas não é por isso que vocês têm de parar de viver também. Por isso mete-me um sorriso gigante e vai acordar o meu irmão, sim? – perguntou afastando-me dele e limpando-me as lágrimas que teimavam em cair. Eu soltei um pequeno sorriso e assenti ao que ele me depositou um beijo na bochecha, deu-me um abraço e disse-me adeus.

Depois disso vejo um clarão enorme, e oiço-o.

- Por favor não vás tu também, eu preciso de ti. Eu sei que fui parvo, mas tu és tudo o que tenho agora e só percebi disso quando saíste. Por favor, diz algo.

Era a voz de Tom, e parecia… estar a chorar. Começo a ver luzes, contornos mais específicos e definidos e por fim vejo-o, a olhar para mim, a chorar.

Chamo-o na tentativa de que não seja um sonho, e ele sorri e abraça-me com tanta força que me faz tossir. As enfermeiras entram no quarto de rompante e afastam o Tom para me verificar os sinais. Algum tempo depois alguém me explica que tive um acidente e que estive em coma por dois dias. Sempre tão dramática que eu sou!

- Não me deixes. – pede assim que nos encontramos sozinhos, fazendo-me olha-lo e ficar admirada com o que disse – Eu preciso de ti, sem ti não teria mais nada nem ninguém porque lutar. E eu sei que não tenho lutado, mas quando te vi nessa cama, tão pálida como o meu irmão pensei que também teria que me despedir de ti, e eu não ia conseguir…Não outra vez! – diz a chorar e agarrar na minha mão como se tivesse medo que eu fugisse – Eu sei que não tem sido fácil, e que também sofreste, sei que te deixei de fora e fui péssimo, mas eu sentia-me culpado por ter desligado as máquinas, sentia que não interessava o que eu fazia pois já não ia estar lá ninguém para me dizer que estava certo ou errado. Eu só queria ouvir o seu riso uma última vez, só queria poder despedir-me dele uma última vez, dizer-lhe que gosto muito dele uma ultima vez. E depois tu foste-te embora e gritaste comigo e tornaste as coisas tão reais que eu me apercebi que estava a ser idiota e insensível e egoísta. Fui tão estúpido, por favor perdoa-me, diz-me que não te vais embora, que não me deixas, diz-me que me amas. Diz algo. – pede olhando-me à espera de uma resposta, ansiando para que lhe diga o que ele quer, quer que lhe diga aquilo que em tempos lhe supliquei. E tudo o que eu fiz foi sorrir e puxa-lo, pois senti-lo ao meu lado era melhor do que dizer que o amava, sentir o seu calor era matar saudade que eu tinha. E da sua boca saiu as palavras que eu tanto quis ouvir nestes dois meses “Amo-te”, e tudo o resto era passado.

Destiny

Ao contrário do que pensem é me mais fácil postar num dia de semana do que num fim de semana, por isso não esperem textos de sexta a domingo.

Sobre esta one só posso dizer que é de à muito tempo, imenso mesmo e vão reparar nisso. 

*****

Olho para as gotas de água que escorrem pela janela do quarto e tudo há minha volta se torna alvo de observação, cada pedaço de perfeição, cada defeito, cada detalhe que está e que não devia de estar, cada cor.

Estava a chover torrencialmente, como já há muito não via chover e isso deixa-me tão feliz. A verdade é que a chuva sossega-me, deixa-me calma, como se fizesse parte de mim.

- Posso entrar? – oiço dizer. Olho para a porta e é o meu irmão, ao que eu aceno e o vejo a fechar a mesma depois de entrar – Ainda a olhar para a chuva Bill? – pergunta-me ao que eu volto a olhar para a janela.

- É a única coisa que me deixa realmente calmo, tu sabes disso.

- Mano… tens que sair, tens que conhecer gajas novas. Não é por causa de uma qualquer que vais ficar assim, a Dianne não te merecia e tu sabes disso. – tenta reconfortar-me sem grande êxito. O meu irmão pode saber sempre o que me dizer, pode conhecer-me melhor que eu próprio, mas quando se trata de amor é o zero à esquerda, mas também porque o haveria de censurar? Não sofre, nunca teve um desgosto amoroso e o melhor de tudo é pode gostar de uma rapariga por uma noite, sem ter que se apegar a ela.

- Sabes que isso é me impossível Tom, eu gostava mesmo dela, fosse como fosse. – digo ainda sem prestar muita atenção a ele.

- Vamos sair, vem connosco. Já não vens sair connosco há 2 semanas, estás fechado nesta casa desde então, vá lá, és melhor que isto Bill. – atira chegando-se ao pé de mim e puxando-me o braço.

- Não Tom, hoje não… - digo largando-me dele.

- Bolas Bill, és meu irmão eu odeio ver-te assim, sabes que se tiveres mal também estou, que se estiveres a morrer também estou. Vá lá mano, vem sair, só esta noite! – pediu-me já quase a perder a esperança. Todas as noites a mesma conversa, todas as noites a mesma resposta…

- Ok! – digo continuando a olhar a janela.

- Bolas, Bill vá lá, tu sabes que tens de sair e… espera o quê? – perguntou animado ao que eu olhei para trás e sorri. Ele tem razão eu precisava de passar à frente. – Finalmente!! Então despacha-te que eu já sei que tu demoras uma eternidade para te vestir. – pediu-me todo contente saindo do quarto. Fiquei ainda mais um tempo a olhar para a chuva, e depois somente para a rua que tinha a estrada molhada. Deixou de chover mas mesmo assim aquela paisagem era reconfortante. A verdade é que qualquer imagem vista do meu quarto é melhor que o mundo real, é melhor que o sofrimento que ficou no mundo real. Nem tão depressa esperava descer e encarar o mundo tão cruel e frio, mas tinha que ser. O Tom tem razão não posso desistir, toda a minha vida sonhei em encontrar o verdadeiro amor e se não é agora vai ser mais tarde. Vesti-me e arranjei-me para enfrentar o mundo lá fora, o mundo fora destas quatro paredes, quando acabei de me arranjar desci e já lá estavam todos.

- De certeza que ele vem? – pergunta a Abby abraçada ao Tom. Mais uma amiga do meu irmão… apesar que esta já é a segunda vez que ele a convida para sair, vamos ver no que é que aquilo vai dar, pode ser que tenha mais sorte que eu.

- Cheguei! – aviso aparecendo na sala, ao que todos me olham com um sorriso, o que me deixa bastante desconfortável.

- Bem vamos? – perguntou o Tom percebendo o que eu estava a sentir, levantamo-nos e fomos para a discoteca. Quando lá chegamos fizemos aquilo a que estávamos habituados a fazer, sentámo-nos a um canto para passarmos despercebidos e o Tom foi buscar-nos as bebidas, com a Abby.

Com o passar do tempo eles foram para a pista de dança e eu acabei por ficar sozinho na mesa, ainda não estava pronto o suficiente para me meter com uma rapariga.

Deixei-me ficar sentado a vê-los dançar, quando vejo uma rapariga de cabelos pretos e olhos azuis a sentar-se ao meu lado.

- Eu sei que sou atrevida e que me vais mandar embora daqui mas ouve primeiro o que tenho para te oferecer! – diz deixando-me confuso e ao mesmo tempo chocado.

- Não estou interessado. – apressei-me a dizer. Não tinha a mínima paciência para as one night stands, isso era para o meu irmão e não fazia nada o meu género.

- Não estás interessado em quê? – perguntou curiosa observando-me com atenção. Foi nesse momento que pude ver que os olhos dela não eram simplesmente azuis, eram uma mistura de azul com verde, preste a atingir a perfeição e talvez a timidez. Por momentos deixei-me levar por aquele olhar, que à primeira vista era tímido mas que no fundo era tudo menos isso. Tinha um olhar provocador, misterioso e bastante profundo, daqueles olhares que quando os vemos não queremos desviar, ou então quase que entramos noutro mundo de onde não queremos sair.

- Em coisas de uma noite, não sou assim, nem tenciono ser. Desculpa, és muito querida e isso tudo mas não! – digo acordando do transe e fazendo-a rir-se.

- Primeiro eu não estou aqui para isso, nunca seria capaz disso. O que ia dizer era que estás aqui sozinho, eu estava sozinha e pensei que me podias fazer companhia durante a noite. Fui deixada pelas belas das minhas amigas e irmã incluída e não me apetecia estar sentada numa mesa a ser engatada. E segundo como é que sabes que sou querida? – perguntou-me sorrindo, deixando-me envergonhado com a sua resposta.

- Desculpa pensei que… - decidi ficar calado, antes que dissesse mais alguma coisa que me arrependesse. – Sou o Bill.

- Jade, prazer. E não faz mal, a minha escolha de palavras também não foi das melhores. Ninguém começa uma frase com “sei que sou atrevida”. – comentou brincando com as azeitonas do seu martini.

- Não foi isso que me fez dizer que não, isso até me chamou a atenção. – gozo ao que ela me olha chocada – Era pior se tivesses dito “ oi gato, não me queres fazer companhia? É que eu estou tão sozinha.” – respondo-lhe encolhendo os ombros e observo-a passar de chocada para animada num estalar de dedos. Assim que se começou a rir tudo há minha volta parou e eu fiquei hipnotizado com aquela melodia, podia parecer excêntrica para uns mas para mim era muito alegre e muito contagiante.

- Mas aonde é que tu pensas que vou buscar as minhas falas de engate? Eu não as tiro dos rolos de papel higiénico! – diz depois de se acalmar – Mas há mesmo alguém que use isso? – perguntou ao que eu acenei – O mundo está condenado!

- Talvez nem tanto, pior são as pessoas que acabam por responder com algo ainda pior e acredita, não vais querer saber a resposta! – aviso ao vê-la tão interessada e curiosa na conversa. Era impressionante o quão confortável era conversar com esta rapariga que em nada me deixava envergonhado ou a pensar no porquê de estar ali. Durante a noite esqueci-me completamente da dor, do sentimento de mágoa que tinha, e senti-me somente leve e feliz, como já não me sentia à imenso tempo.

No final da noite era suposto ter ficado com o seu número, mas isso não aconteceu. Com tanta conversa acabei por me esquecer de lhe perguntar o facto mais importante sobre aquela rapariga que me cativou só com um simples sorriso.

No dia a seguir levantei-me um pouco de rastos por não ter dormido com tanta excitação da noite e ao mesmo tempo triste porque só quase de manhã é que percebi que nunca mais a iria ver.

Por um lado até que nem estava assim tão mal pois só o facto de ter voltado a sorrir, ter voltado a comunicar com o exterior já me tinha feito ganhar o dia e a partir de agora iria olhar para a frente e não para trás na minha vida. A rapariga do bar será uma passagem na minha próxima musica, para que nunca me esqueça e para mostrar a quem está na mesma situação que eu a não desistir e não ser tão idiota e isolar-me do mundo quando tudo o que o mundo quer é ver-me feliz.

Com tal conclusão até me ofereci hoje para ir às compras e Tom, até ficou chocado e ao mesmo tempo feliz. Eu sabia que estar assim também o estava a magoar mas era complicado.

- Oi gato, não me queres fazer companhia? É que eu estou tão sozinha. – oiço alguém dizer, obrigando-me a olhar para trás e vê-la. Assim que me apercebi de quem era sorri e ao mesmo tempo dei graças pelo destino ser como é – Sabes… não me chegaste a dar o teu número, o que é uma pena porque tive que te perseguir até ao supermercado só para te dar isto. – comentou esticando-me um pedaço de papel com algo escrito, abri-o e lá estava escrito “não aches mesmo que te segui, foi apenas coisa do destina. Pode significar algo… tu decidirás. Tens o meu numero quando quiseres liga-me. Beijos”. Ia olhar para a frente para lhe agradecer quando reparei que ela desapareceu, ao inicio fiquei um pouco chocado mas depois sorri e continuei a fazer as compras. Era como ela tinha dito é o destino, ele fez com que nos encontrássemos uma vez mais, mas a partir de agora tinha de ser eu a tomar rédeas da minha vida. E era mesmo isso que ia fazer, ia ser feliz. Se resultasse iria ficar eternamente agradecido, se não, levantava-me e mantinha a cabeça erguida.

O inicio de uma história inacabada

Eu disse que tinha voltado. 

E nada melhor para começar que esta mini one. Espero que gostem. 

*****

Porque depois passado tanto tempo, ainda me fazes falta, ainda me dás a volta à barriga só com um simples sorriso, ainda me fazes pensar duas vezes naquilo que fiz, ainda me fazes arrepender da decisão que tomei à anos atrás.

Ainda hoje te vejo na televisão e ainda hoje me deixas com aquele pequeno sorriso, que antes deixavas mas o que antes era amor, e orgulho agora, é tudo isso e muito mais, é saudades, é esperança de puder voltar a ter-te.

Como é possível arrepender-me tanto de uma coisa, quando antes era tão decidida, como é possível ter mudado tanto?

Partilhamos tanto, tanto amor, tantos momentos, tantas gargalhas e agora a única coisa que partilhamos é aquele pequeno momento quando te vejo a ires para o teu estúdio, ao lado do meu trabalho. Sempre que te vejo lembro-me  daqueles tempos em que te via e sorria, aqueles tempos em que corria para os teus braços, que podia sentir os teus lábios e agora, vejo-te, sorrio, e uma lágrima cai com a saudade. Será que também sofreste? Ou fui apenas mais uma?

No outro dia vi o teu irmão, tinha ido aquele café que em tempos frequentávamos assiduamente e que agora já só lá vou quando sinto falta dos nossos pequenos momentos longe do público, das luzes, das câmaras. Ele viu-me e sorriu, com aquele sorriso tão típico dele que em tempos me fez derreter por parecer uma criança tão adorável, aquele que tu sempre que vias reviravas os olhos e eu sabia que parte de ti tinha ciúmes daquilo que me provocava, mas nós não nos importávamos porque sabíamos que o que quer que acontecesse no dia seguinte iríamos estar juntos, iríamos estar apaixonados, e iríamos ver-nos. Até que simplesmente esse dia deixou de chegar. Eu fugi, fui-me embora, e tu deixaste-me ir, deixaste-me seguir com a minha vida, pois sabias que era isso que eu queria e que não ia aguentar mais aquela loucura.

Mas agora… agora aqui estou eu de novo no nosso café e tu estás do outro lado da estrada, prestes a ver-me e eu não sei o que fazer, decerto que já foste avisado pelo teu irmão que já tinha chegado, decerto que já sabes que voltei, mas também sabes que não voltei por mim, voltei por ti, aliás por nós. Já não aguentava mais, perder o meu melhor amigo, o meu parceiro de parvoíces, o meu ursinho de peluche e meu ouvinte e por fim tu! Eu não aguentava mais estar longe de ti, saber que enquanto estive longe tu estavas com outras, naquela cama que tantas vezes ocupei, aliás mais vezes do que o teu irmão imagina, e só esse pensamento faz-me sorrir. Mas depressa vou deixar de sorrir, aliás depressa tudo vai mudar, porque tu chegaste ao café e já me viste.

Eu fingi não te ver para continuar esta nossa história, pois foi assim que nos conhecemos, eu estava neste mesmo café, nesta mesma mesa, a escrever um artigo para uma revista, um pequeno passatempo que teve que acabar depois de te conhecer. Era impossível escrever coisas contra ti, ou até mesmo dar concelhos quando nem mesmo eu os seguia, quando nem mesmo eu acreditava neles. Desisti simplesmente, tive que olhar, mas de relance, enquanto fingia chamar o empregado que já nos conhecia, que já a tanto tinha assistido, e que nestes momentos estava-se a rir e a gozar comigo, e ao mesmo tempo a torcer para que nos entendêssemos. Vamos ser sinceros ambos sabemos que isso não ia acontecer, mas a esperança era a ultima a morrer e eu também tinha essa mesma esperança.

E ai estas tu, na mesma mesa, o cenário está igual ao dia que nos conhecemos, o café está cheio, tu acabaste de sair do estúdio, provavelmente pediste as mesmas torradas ranhosas que eu tanto te pedia para não pedires, e o copo gigante de café, e eu pedi o meu chá verde descafeinado que sempre pedi e que tu refilavas.

Está tudo igual à excepção que já nos conhecemos, à exceção de que desta vez tu não vens ter comigo por que eu não reparei em ti e me assustas fazendo-me despejar o chá em cima de mim e partir a chávena, fazendo-te ficar atrapalhado e ao mesmo tempo divertido. Desta vez tu olhas para mim mas nem sequer consegues associar a cara, nem sequer consegues imaginar tal imagem, bem sei os milhares de pensamentos que devem estar a passar pela mente, e pela cara o Bill não te disse nada, e esse parvo ainda nem sequer me viu, de tão divertido que está.

Estão todos tão mudados, tão crescidos. Parece que foi ontem que vocês era novos aqui, e que tinham acabado de sair do estúdio.

Finalmente o empregado me fez o favor de encher a chávena e coloca-la no sitio ideal, mesmo propicio para ir parar ao chão, mas se for por me ter assustado por teres vindo falar comigo, então não me importo.

Por fim ganho coragem e olho para ti, para a mesa onde estás e vejo-te a olhar para mim, sem te mexeres, sem te pronunciares, a tua cara na tem uma única expressão mas ao mesmo tempo tem tantas. E vejo-te levantares, todos na mesa se calam porque ainda não tinham chegado à realidade e olham para ti.

Eu continuo com os olhos presos em ti, afinal quem precisa de olhos para escrever aquilo que a alma e coração sentem?! E tu caminhas, calmamente, como em tempo caminhaste, e vens na minha direção.

Eu engulo em seco, o meu coração acelera, e eu sei que vai-se tudo repetir, eu sei que este é aquele momento em que tudo coincide, em que os nossos mundos se juntam. Mas tu paras, uma rapariga reconheceu-te e pediu-te um autógrafo, e tu sorris, e dás-lhe aquilo que ela te pede. Depois de feita a vontade continuas, até mim.

Eu continuo presa em ti e pela primeira vez em anos eu não quero que tu venhas, quero que tu vás À casa de banho, quero que tu me enganes, e ao me reconheças. Porque se assim o for eu não terei que me apaixonar por ti outra vez, eu não terei que sentir saudades dos teus braços dos teus beijos quando te fores embora, e eu não terei que sofrer por cada suposição que façam numa revista maldosa, que eu em tempos já dei o meu contributo.

Mais uma vez tu paraste, mas desta vez em frente há minha mesa, e é ai que eu sei que tudo vai recomeçar…

Olá, posso-me sentar? – perguntas ao que eu simplesmente aceno – Eu conheço-te? É que a tua cara é muito familiar.

Não, de certeza que é engano. – respondo dando lugar aquele dialogo que em tempos já tivemos e que agora reproduzimos –

Não, eu tenho a certeza que te conheço. – afirmas convicto no que dizes, ao que eu reviro os olhos na brincadeira, vendo-te sorrir – Afinal é mesmo engano.

Vês eu disse-te. Mas… espera que te fez chegar a essa conclusão, a quantidade excessiva de café que já bebeste e que finalmente está a fazer efeito ou o facto de eu ter dito que não? – pergunto sorrindo também e sabendo que em certa parte mexi contigo –

O revirar de olhos irritante, não conheço ninguém assim… e quanto à quantidade de café, sempre é melhor do que beber água com ervas se quisesse isso decerto que era viciado em relva. – atiras fazendo-me rir, e levando-te a rir também – Sou o Tom.

Allisson, prazer. – apresento-me como se fosse a primeira vez, mas ambos sabíamos que não era, ambos sabíamos que era apenas o inicio de algo antes começado, e inacabado. Levantamo-nos, eu ainda com o computador aberto e vamos para a tua mesa.

Ally!! Estás cá? – pergunta o Gustav ao que eu sorrio e aceno –

É parece que sim. – respondo encolhendo os ombros, cumprimento-os a todos e tu puxas-me para me sentar ao teu lado, bem perto de ti e eles voltam de novo à conversa animada.

Que andas a escrever desta vez? – sussurra-me ao ouvido, fazendo-me arrepiar e sorrir. Afinal os sonhos realizam-se e a esperança é mesmo a ultima a morrer e talvez nos tenha ajudado a estar juntos de novo.

A nossa história. – é tudo o que digo porque tu puxas-me e beijas-me. E é assim que a nossa separação acaba e a nossa história recomeça, com um beijo.

O inicio de algo

Eu disse que voltava quando estivesse pronta e quando estivesse segura de mim mesmo e nada melhor do que agora. 

Ultimo ano de faculdade, tudo muito mais controlado, um controlo maior do meu tempo e o mais importante, vontade de escrever. 

Bem sei que ando desaparecida, e sei que demorei imenso tempo até assentar os pés na Terra, mas precisava deste tempo, precisava deste espaço, para pensar, para refletir e para perceber o que queria realemente. 

Agora sei!

 Quero ser uma cientista que se preocupa com os animais e que ao mesmo segue o seu sonho de ser escritora, e pois bem, é memso isso que vou fazer. 

Por enquanto vou tentar manter o ritmo e postar coisas que já tenho escritas e muitas outras que são escritas na altura, mas não esperem regularidade, veremos como corre...

Espero que gostem e divirtam-se! 

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